Querendo apagar a presença
e suprimir a dor de alguém
Atentaram contra vida
Tentaram homicídio também
Quando deram pistas falsas
nos levando
por onde
não ia
ninguém
Atentaram contra vida
Tentaram homicídio também
Encurralando alguém
no beco
De onde não saía
nem entrava mais ninguém
Mandaram pra lá explosivos
Transformando em cinza
tudo que era vivo
Memória de quem?
Não se lembrava mais
Do tempo antigo ou recente
Três noites atrás era muito
Pra uma gente tão clemente
Não se fazia sentido
Nem se importavam mais
Se alguém perdeu
Família
A casa
E seus ideais
Atentaram contra vida
Tentaram homicídio também
No repelir emoções
Toda ajuda que não vem
Foram-se todos
Tantos cúmplices
Fui eu a culpada também
Hoje, quem não estaria preso
No tribunal dos que não se esqueceram?
Embaixo da água que não foi chorada
A respirar, viveram os que aprenderam
E em meio à tanta tortura
Assim tambem viveram
os que da sua própria dor,
num dia se desprenderam
Desde muito já
Logo muito cedo
Nem sequer dormiram
Já amanheceram
Com aquele ardor no peito
Se perguntavam sempre
Como se houvesse outro jeito
Pra se fazer diferente
O que faria surgir o novo
Pra reverter esse erro?
Todo espaço dentro
assim desenvolveram
Pra guardar
Oxigênio
E decantar
sofrimento
No fim de tanta violência
Teimando, sobreviveram
Hoje comemorando
12 anos
Renascendo
A despeito
dos que jogaram em nós,
as suas pás de esterco
assim se esquecendo
que depois da poda
A madeira de lei
Rebrota
E a cada ano que passa
Seu valor
Vai crescendo
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