Hoje estive pensando que se eu estivesse em Recife a imagem mais completa do ser mãe seria essa expressão: É pra torar.
Como um tronco de árvore partida ao meio
Como uma grande viga que desaba
Olhamos ao redor, tudo meio igual, meio diferente do que já era
Com a pequena diferença: tem mais alguém aqui.
Esse alguém com o melhor abraço do mundo. (Piegas, né? Mas ser mãe é meio isso, pode se acostumar)
Alguém que chegando aos três quilos deixa a gente mais leve, mais despreocupada com a vida.
Entre novas posições de dormir e um amamentar que, às vezes, dura o passar de horas e horas, me quebro pra me reconstruir.
Me quebro ombros, pescoço, cintura.
Me quebro sangue preso que se guardou com o passar dos sustos.
Em três meses: Acorda, levanta, cruza as cidades, senta por dias e dias.
Uma hora o corpo nos dá o saldo.
Nos manda a conta devedora que sou de mim mesma nos últimos tempos
Cuida-se como dá
Tenta voltar pra yoga
Moxa, massagem, amassos no companheiro de quarto
Tentamos amenizar a carcaça dura
Fazemos cocô como nunca
Ai que gostoso relaxar, quando dá...
E cada vez dá mais...
vai dando
Ficando mais forte
Escudo que se fecha e se abre a cada novo olhar
Amo muito mais poder amar quem quer amar
Quanta gente valiosa ao redor...
Quanta gente que não sabe mais trocar...
Uma alegria
Uma pena
Tenho compreendido cada vez mais a dualidade das forças do universo sendo manifestadas em tudo
Estou tão feliz por poder enxergar
A filosofia mudou minha vida em 2011 quando redescobri que ainda posso pensar.
Acordemos
Estar vivo é de lascar!
É pra torar o ser humano no meio.
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